A raquetinha, também conhecida como mini tênis, surgiu
aproximadamente entre os anos 60 e 70, quando um grupo de apaixonados pelo
tênis e que frequentava as praias de Santos, teve a ideia de levar o tênis para
a praia. Eles se reuniram com o fabricante de materiais esportivos, Procópio e
pediram que este fabricasse uma raquete de madeira para que fosse usada na
praia. As raquetes foram fabricadas e o
grupo de apaixonados começou a jogar.
Eu tive o privilégio
de conhecer um dos integrantes deste grupo que criou a raquetinha, o meu grande amigo Milton
Grosso. Joguei contra ele uma partida de tênis em 1979, pelo Campeonato Interclubes da Federação Paulista
de Tênis e anos mais tarde, coincidentemente, ele viria a ser padrasto de uma
grande amiga.
Conforme as pessoas passavam na praia e viam a novidade,
perguntavam o que era aquilo, como e aonde poderiam comprar as tais raquetes,
etc. Procópio, vendo ali uma oportunidade comercial, começou a fabricar mais
raquetes em pequena escala e colocou para vender.
Inicialmente as raquetes eram utilizadas somente na
praia, até que alguém decidiu usá-las numa quadra de tênis normal.
Como a raquetinha é mais fácil de jogar do que o tênis, logo foi ganhando
adeptos. De Santos foi para a cidade de
São Paulo e depois para o interior do estado. Hoje temos grupos de
raquetinha em Campinas, Americana, Amparo e outras cidades.
A raquetinha é jogada sempre em duplas. Por ser menor do que
uma raquete de tênis e por não possuir cordas, o jogo de raquetinha é bem mais
lento do que o jogo de tênis. A área de contato da raquete com a bola fica mais
próxima da mão, facilitando a batida. Sendo assim, fica bem mais difícil de
matar um ponto na raquetinha. Então, o
equilíbrio nas partidas é bem maior. Um bom jogador de tênis não consegue
definir os pontos com a mesma facilidade na raquetinha e um jogador de tênis mais fraco, consegue
devolver mais bolas. Resumindo em uma linha: o bom fica pior e o ruim fica
melhor.
As regras e as bolas são exatamente as mesmas do tênis.
Enquanto uma pessoa pode demorar alguns meses para começar a jogar tênis, na
raquetinha isso se reduz a algumas horas.
Em minha opinião, por ser mais fácil jogar raquetinha do que tênis e sempre em duplas, ela tornou-se, digamos
assim, o lado social mais relax do
tênis. Em eventos como festas, churrascos, etc., consegue-se tranquilamente
jogar raquetinha não precisando do silêncio que reina nos jogos de tênis.
Todo apaixonado pelo tênis deveria experimentar a
raquetinha.
Marcelo Tella é proprietário e professor da Tella Tennis
Academia de Tênis, em Campinas, SP.
www.tellatennis.com.br
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